Não deixar por mãos alheias o que é nosso!
umarmadeira
ARTIGO DE GUIDA VIEIRA
O título deste artigo faz parte de um ditado popular que oiço desde pequena. Mas sabemos que nem sempre acontece assim. Houve sempre quem quisesse decidir por nós. Quem nos queira impingir o desconhecido, só porque sim. Quem nos trate ainda com menoridade, ou como minoria, quando sabemos que somos uma grande maioria que pode mudar muita coisa neste mundo.
No mundo em que vivemos estão a acontecer grandes coisas. Boas e más. O que mais me preocupa são os retrocessos no que diz respeito a direitos adquiridos com tanta luta e suor e que fazem parte das nossas vidas com toda a naturalidade. Sei que no mundo actual, outras questões estão na ordem do dia, como as alterações climáticas que influenciam toda a existência na Terra. Mas não considero contraditório continuar a estar atento e não deixar que haja retrocessos naquilo que foi adquirido e lutar com afinco por mudanças de mentalidade na forma como se encara a nossa vivência no Planeta Terra.
Mais do que nunca é preciso continuar a aliar ao que já foi conseguido outras conquistas. Mas há que saber tratar muito bem de tudo. Estar com atenção quando estamos a decidir, seja em relação a quem nos representa, seja em relação ao que vamos fazer. Se nada cai do céu, há coisas que só nós podemos decidir. Saber escolher de acordo com os balanços que fazemos. Não nos demitirmos e só dizer mal apenas porque sim.
Quando decidimos fazer uma escolha temos que conhecer bem o que estamos a escolher e não deixarmos que nos digam que o caminho é por ali, quando sabemos que é por aqui. Quando falamos de escolhas temos que estar conscientes, e seja qual for o resultado, sentirmos que as nossas consciências estão tranquilas.
Que não nos deixamos manipular com medo de maiorias, ou minorias. É tão bom ter o poder nas nossas mãos: de fazer, de dizer, de querer e de decidir. Nunca devemos delegar o nosso poder em quem não acreditamos que seja capaz de nos representar ou defender. Mesmo que nos digam “não vais por aí”, devemos fazer o que a nossa consciência manda. Só assim nos sentiremos realizadas e felizes.
Pela experiência da vida de feminista e activista, de corpo inteiro, pelos direitos das mulheres, sinto que cada vez mais precisamos de Gente que saiba o que fazer quando é preciso agir e defender o que nos interessa. Só assim podemos sentir segurança no prosseguimento da luta e no trazer para a agenda as novas questões que preocupam quem realmente defende os direitos humanos.