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Feminismos é Igualdade

27
Abr20

Feminismo na era do confinamento viral


umarmadeira

ARTIGO DE GUIDA VIEIRA

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Estamos a viver um momento extraordinário das nossas vidas. De repente, sem termos aviso prévio, ficamos confinadas/os em isolamento social sem podermos contatar, pessoalmente, familiares e amigos/as e, sobretudo, sem poder sair à rua quando nos apetece, só porque sim.

Este corte de liberdade, aquela liberdade tão primária que é caminhar na rua, ver pessoas, conversar, olhar o mar, as árvores, as flores da primavera, foi-nos cortada tão bruscamente que até parece que estamos a viver um filme de ficção. Não podemos cumprimentar as pessoas de quem gostamos e amamos, com um simples aperto de mão, com um abraço e, muito menos, com beijos. Agora até nos dizem que, quando voltarmos à rua, será com máscara e mantendo distanciamento social de dois metros em relação a cada pessoa, mesmo as mais próximas da nossa família com quem nos queiramos encontrar. Não há cafés nem restaurantes abertos e não sabemos quando vão reabrir, nem em que condições o farão. Não haverá praias abertas até quase o fim do verão. Não há eventos culturais com ajuntamentos de pessoas, não haverá vida para além das nossas casas e das ruas confinadas ao distanciamento social. Que situação tão estranha numa era que devia ser cada vez mais dos afetos. Que poder tem um “microrganismo desconhecido” nesta era da globalização? Que implicações irá ter no futuro das nossas vidas?

Numa situação mais dolorosa encontram-se os/as doentes e internados/as em lares, ou noutras casas de saúde, que nem visitas podem receber. Algumas pessoas morrem, numa imensa solidão, sem perceber porque, de repente, ficaram sem ver os entes mais queridos.

Vivemos uma época que mais parece um filme de terror. E nesta situação, como fica o trabalho feminista da UMAR? Estávamos a iniciar um ano promissor em termos de iniciativas. Fizemos uma importante Assembleia de Associadas em Janeiro que aprovou um plano e orçamento que, neste momento já está desatualizado em alguns aspetos. Estávamos muito entusiasmadas com iniciativas originais que iríamos promover e, de repente, está tudo em stand by.

Lançámos o concurso de Artesanato e Artes Plásticas “Feminismos é Liberdade”, que se mantém com a entrega de prémios em Julho. Esperemos que seja presencialmente. Divulgámos, com muito êxito, os resultados distritais do Estudo Nacional da Violência no Namoro. Fizemos ações nas escolas. Lançamos um livro com a primeira coletânea dos artigos deste blogue que, entretanto, recomeçou a sua atividade no início de abril, já em pleno estado de emergência.

Estávamos a desenvolver o Projeto ART’THEMIS+ nas escolas com muito êxito, onde já estavam a ser preparados os produtos finais que seriam apresentados num seminário em Maio. Mesmo com as dificuldades atuais, esse trabalho vai continuar em outros moldes e os trabalhos serão apresentados noutra altura, assim esperamos.

A feira semanal que organizávamos está suspensa por orientação da edilidade do Funchal, colocando várias das nossas associadas numa situação de grande precariedade pessoal. Já deliberámos alguma ajuda, mas temos plena consciência que a situação é muito difícil para as famílias que dependem da realização das feiras para poderem sobreviver.

Vivemos tempos difíceis que nos colocam desafios incríveis, e ainda estamos a aprender como continuar a trabalhar em prol da igualdade nesta era do vírus invisível, que é a maior das ameaças à humanidade desde a minha existência. Mas as feministas, ao longo da História, nunca desistiram nos momentos mais difíceis, e nós também não o vamos fazer. Até porque velhos problemas se vão agudizar e direitos que estavam assegurados já começam a ficar em causa, como o direito ao trabalho e ao emprego com direitos. Já dizia Simone de Beauvoir ”É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta”.

Ora, é exatamente isso que nos começa a preocupar. Quando o trabalho falta às mulheres, a sua independência fica em causa e, com essa falta de independência, volta tudo atrás na História. Muita coisa vai acontecer, e temos, de certeza, muito trabalho pela frente, até porque na semana passada comemorámos o 25 de Abril, que também significou a liberdade da mulher portuguesa sair de casa e conquistar direitos de cidadania, que nenhum vírus pode colocar em causa.

Podemos ainda continuar confinadas por mais algum tempo, mas não deixaremos de estar atentas a tudo o que se passa à nossa volta. Mesmo com muitas dificuldades, a vida vai continuar e cá estaremos para intervir na defesa dos nossos direitos, a todos os níveis. Tenhamos saúde para isso.

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20
Abr20

Zaha Hadid (1950-2016): O poder transformador da arquiteta na profissão e na arquitetura


umarmadeira

ARTIGO DE BRUNO MARTINS

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Para se compreender Zaha Hadid, é preciso antes entender o estado da arquitetura em 1980, numa altura em que os modelos modernistas que se instalaram definitivamente na segunda metade do século XX eram contestados por uma significativa parte da crítica. Muitos diziam, nessa altura, que o desenho era uma matéria quase decorativa e semiótica, e tudo o que interessava era como o edifício se relacionava com a envolvente, de preferência educadamente e timidamente.

Em contraste, a arquitetura de Zaha Hadid começa a ganhar o interesse da vasta comunidade de arquitetos, com propostas destemidas e ousadas, projetos de puro talento, e em rutura com uma profissão que parecia assustada de si mesmo e da modernidade.

Controversa, as opiniões sobre a importância do seu trabalho dividem-se. Mas foi certamente uma das mais importantes influencias na arquitetura dos últimos 30 anos, e não apenas como mulher. E mudou a dinâmica de poder de uma profissão que precisava desesperadamente de evoluir. Não apenas a profissão, mas a arquitetura também.

*

A convite da UMAR, que muito me honrou, escolho falar desta arquiteta. Em primeiro lugar porque adoro o seu trabalho, mas também porque permaneceu honesta para com as suas próprias convicções, apesar de contar com uma critica muito pouco construtiva, que descrevia os seus projetos como não passiveis de serem construídos. Num mundo onde quem investia em criações experimentais arriscava criticas destrutivas, Zaha Hadid aparece a contestar a “função acima da arte”. Para ela, o edifício deve ser um objeto significante, uma junção entre o programa arquitetónico e uma pintura ou escultura. Defende que os critérios estéticos são uma conquista funcional, e que como Óscar Niemeyer “a arquitetura deve ser primeiramente bela”. Uma luta que travou toda a sua vida e que opôs progresso e evolução ao tradicionalismo.

Gosto muito da arquiteta, mas ainda mais da sua ousadia, de ter acreditado que o significado e poder na arquitetura encontra-se na forma, mais do que o seu papel social ou humanitário. Não se trata de arquitetura, mas de salvar o mundo através da arquitetura. Ou morrer a tentar.

*

Nascida em Bagdade em 1950, Zaha Hadid estuda em Londres, na Architectural Association, onde tem como professor o então muito reputado Rem Koolhass, do qual os portugueses conhecem pela “casa da musica” do Porto. A arquiteta começa assim o seu percurso profissional, mas em 1979 inicia a sua própria prática profissional, investindo nas ideias que a tornaram mais tarde uma referencia incontornável da arquitetura.

Os primeiros anos de profissão trazem muitos projetos conceptuais que nunca foram construídos. Não foi fácil a uma mulher fazer vingar as suas convicções num mundo da construção dominado por homens, onde todo o reconhecimento até então estava reservado a um pedestal exclusivamente masculino.  Vencedora de inúmeros concursos internacionais, ficam assim por concretizar projetos como o “the peak club de Hong Kong” com que inicia a sua carreira, mas também o “Arte e Media Center de Dusseldorf” ou o “Ópera da Baía de Cardiff”.

O reconhecimento viria mais tarde, tendo sido a primeira mulher em 167 anos de historia a vencer a “royal gold medal for architecture”, e dois “Stirling awards”, entre outros. Em 2004 torna-se também a primeira mulher a receber aquele que é conhecido como o “óscar” da arquitetura - o “premio Pritzker”- como reconhecimento da sua obra.

Como mulher e árabe, foi sempre descrita por alguma critica de forma exótica, enfatizando as suas roupas, as suas maneiras, algo inconcebível quando comparada por um Eisenman, ou outros arquitetos. Resistiu sempre à ideia de ser considerada uma mulher na arquitetura, mas antes apenas uma arquiteta. E pareceu sempre indiferente às criticas até à data da sua morte, em 2016.

Para mim, ela é um dos maiores talentos da arquitetura, uma visão original e livre que trouxe outros caminhos para a minha profissão, que mudou a maneira como pensamos e vemos o espaço. Os seus projetos mostram-nos que não há limites para a imaginação, mesmo quando ela tem de obedecer a aspetos funcionais. Através deles encontro uma perspetiva diferente para a arquitetura em relação ao que me foi ensinado, onde o objeto arquitetónico ganha maior significado e expressão, maior beleza e fluidez. Não é assim afinal, este mundo dinâmico em que hoje vivemos?

 

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13
Abr20

Os lutos não reconhecidos de que somos feitas/os


umarmadeira

ARTIGO DE VALENTINA SILVA FERREIRA

morte-separação

A dor de quem fica quando alguém parte é algo extremamente pessoal. O luto é, de facto, vivido de forma bastante solitária. No entanto, é no (a)braço dos/as outros/as que a pessoa enlutada pode encontrar algum conforto. Porém, quantas vezes a sociedade não reconhece alguns lutos como reais? Quantas vezes o luto é um processo ainda mais doloroso quando mascarado de invisibilidade? A isto chamou Doka (1898) de “luto não reconhecido” e acontece, precisamente, quando uma pessoa experimenta uma perda que não pode ser expressa abertamente e não é socialmente suportada. Ilse (1982) referia que “a sociedade mede a dor pelo tamanho do caixão”.

Há lutos censurados internamente. São os lutos de pessoas que sabem da partida de uma ex relação ou de uma ex amizade, de um pai que o/a abandonou ou de uma mãe negligente. São lutos que ninguém entende porque, até se separaram, até brigavam imenso, até nem se podiam ver à frente, até sofreu por causa dele/a, até… até… até… Mas fica a tristeza pelo que foram, um dia, pelo que tiveram, pelo que significavam, pelo que poderiam ter sido. E essa tristeza pela partida do que foi, um dia, mesmo que já não o seja, é legítima, tanto quanto as outras.

Há lutos de maternidades interrompidas na gravidez. O luto gestacional é uma dor sem memórias, porque a mãe e o bebé nem sequer tiveram oportunidade de construir uma história. É um luto vazio, muitas vezes acompanhado pela culpa, num momento que deveria ser de vida e de alegria. A sociedade não entende e carrega a mãe de frases nada empáticas, pois “Deus assim quis” e “Vais logo engravidar outra vez”. O luto é negado e os sonhos são suspensos. E se for a mulher a decidir interromper a gravidez, por qualquer motivo que só a ela diga respeito, é melhor que se cale, que engula as lágrimas, que nem sequer abra a boca. Aqui o luto é ainda mais reprimido.

Há lutos masculinizados. Isto significa que, aos homens, é dado um peso diferente no tamanho do sofrimento e, sobretudo, na demonstração dessa dor. Parece que, por um lado, a sociedade formou os homens para não expressarem os sentimentos. Por outro, é a própria sociedade que não deixa espaço para a existência da vulnerabilidade no homem. O machismo desencoraja o homem a desabafar, a chorar, a desesperar, a falar sobre o que o magoa. A experiência de luto no homem é vista como uma falha na sua masculinidade.

Há o luto pelos animais de estimação. As famílias são, cada vez mais, multiespécie e o animal faz parte da dinâmica e da rotina familiar. A perda de um animal ainda não é reconhecida pela sociedade como algo que nós, seres humanos, cada qual com a sua intensidade, passamos. Perder um animal é sofrer pela perda de uma companhia muito próxima, que não tem ambivalências. Aqueles que não vivem com animais têm uma enorme dificuldade em perceber o sentimento de perda e o sofrimento a ele inerente. A dor é censurada e, com isso, aumenta a sensação de vergonha nas pessoas que perderam o animal e que acabam por sofrer em silêncio.

Há o luto pelas pessoas que nem conhecemos, mas admiramos. Como explicar a tristeza que sentimos quando as notícias dizem que aquela pessoa morreu? Como explicar que doa, que fiquemos abatidas/os e que o dia se torne cinzento? Como fazer a sociedade entender que aquela pessoa, que nunca ouviu falar da nossa existência, tem, no entanto, uma importância em nós? Talvez, o que fica a sobrar dessas mortes é a consciência exata de que todos/as vão, até os “imortais”, e de que um dia serão os nossos e seremos nós.

E há, neste momento, o luto pelo que o nosso mundo foi. Um mundo imperfeito, cheio de pessoas imperfeitas, cheio de erros, mas o NOSSO mundo. Estamos, em sintonia, todas e todos, em casa, a viver o luto pelo que podíamos fazer há um mês, pelo que desperdiçamos, pelo que deixamos passar, pelo que não nos aventuramos a sentir, pelo que dissemos e pelo que não dissemos. Estamos de luto e é bom que estejamos. É bom que repensemos e que soframos a(s) partida(s). Chega de ser a sociedade a impor normas, implícitas ou explícitas, de quando, quem, por quem, onde e de que forma o luto pode acontecer. Até porque, eu acho, haverá forma mais empática que se aproximar do/a outro/a que a morte?

Que este luto seja de renascimento para um mundo melhor. Que este luto seja de reconhecimento de todos os lutos. Que sejamos mais humanos amanhã.

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06
Abr20

Vai ficar tudo bem?...


umarmadeira

ARTIGO DE JOANA MARTINS

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Foi-me dada a responsabilidade de ser a primeira pessoa a escrever para o blogue da UMAR Madeira, após um interregno. Não poderia fugir ao tema da pandemia do COVID-19, que atinge toda a humanidade neste momento.

Não me considero uma otimista militante, nem uma pessimista dramática. Ando ali pelo meio… Considero que esta pandemia é uma oportunidade de ouro para a humanidade repensar a sua forma de vida, a sua relação com a Terra e para haver um recomeço geral, que implique a queda de muitos sistemas que já andam a falir há muito, muito tempo. Mas, será que é isso que vai acontecer? Infelizmente, e por mais que deseje que assim seja, duvido.

Neste preciso momento, existem pessoas a sofrer e a morrer, vítimas do vírus. Mas, também, existem muitas mais a sofrer com o isolamento social. Sejam aquelas pessoas idosas que vivem sós, pessoas portadoras de diversas patologias crónicas, pessoas com doenças graves, aquelas famílias que estão a sentir na pele uma bruta redução nos seus rendimentos – ou mesmo, o peso amargo do desemprego –, ou pessoas inseridas em famílias desestruturadas, onde a violência doméstica é uma presença assídua que também ceifa vidas, especialmente de mulheres. Não poderia deixar de falar daquelas pessoas que estão na linha da frente, expondo-se ao perigo: profissionais de saúde, bombeiros/as, funcionários/as de lojas de bens essenciais, os/as que transportam os bens e entregam ao domicílio, etc., etc.. Profissionais estes/as que só são valorizados/as em crises graves como esta. E ainda assim…

As pessoas querem culpados/as. Desejam apontar o dedo a quem foi o/a responsável por tudo isto. Nas redes sociais, assisto a verbalizações de quem exerce, orgulhosamente, xenofobia para apontar o dedo a todo um país, a quem exalta o seu ego e diz que o seu estilo de vida é o melhor e quem tem culpa disto tudo são “os outros”. Etc., etc.. Na verdade, ninguém quer perceber que tudo o que está a acontecer é da responsabilidade de todos os seres humanos. Que invadem todo o planeta. Que esgotam os seus recursos a um ritmo alucinante, como se os mesmos fossem infinitos. Que poluem ar, terra e água, incessantemente. Que estão a ser os responsáveis pela sexta extinção em massa. Que criam um sistema alicerçado num crescimento económico ilusório, no enriquecimento de alguns através do consumismo feroz e imparável de muitos/as, que amplia as desigualdades, que impede que todos/as os/as humanos/as tenham os mesmos direitos, em todo o planeta. Que fazem tudo isto para manter um estilo de vida que não é sustentável, nunca foi.

Enquanto nos queixamos de “estar presos/as em casa”, “aborrecidos/as sem nada para fazer”, e não nos falta nada, pensemos naquelas pessoas que nem sequer têm acesso a água potável. Ou as que não têm capacidade financeira para aceder a um sistema de saúde. Ou a quem lhes falta comida, mesmo sem pandemias. Ou mesmo, um teto para habitar. E grande parte destas pessoas são mulheres e crianças. Acham que as consequências são iguais para todos/as? Por favor, deixemo-nos de queixinhas e reclamações por tudo e por nada. Deixemo-nos de vaidades. Aproveitemos o tempo para, por exemplo, partilhar as tarefas domésticas e estar mais presentes na parentalidade – agora não há desculpas. As escolhas são individuais, é verdade. Mas as consequências, essas, são coletivas. Mais do que nunca, durante esta pandemia.

Na verdade, muitas pessoas têm escolhido olhar e viver para fora, preenchendo a sua vida com coisas, e ocupando com eventos, isto e aquilo, fugindo a sete pés de olhar para dentro de si. Só que, pelo meio, esqueceram-se de… ser. E agora, que o vírus está a obrigar-nos a todos/as a parar e a olhar para dentro… é como se a Natureza estivesse a por o dedo na ferida. Talvez, uma piada de mau gosto, para algumas pessoas. Eu vejo mais como uma oportunidade para a introspeção, para nos conhecermos melhor, a nós próprios/as. Sem mais fugas e artifícios.

Pensando no futuro, vejo muita gente ansiosa para voltar ao “normal” depois de tudo isto passar. Então, vamos fazer tudo igual? Intensificar a atividade industrial (e poluição) para compensar as perdas dos meses de quarentena? Retomar a exploração laboral, com salários baixos? Não aprender nada com crises anteriores e abrir os cordões à bolsa da banca e fundos internacionais, com oferta de créditos e mais créditos – que depois os/as trabalhadores/as e reformados/as vão pagar, uma vez mais, a peso de ouro – e, novamente, alicerçar a vida num sistema falido no ambiente, na sustentabilidade, na economia, nas finanças e nos direitos humanos? Vamos continuar a agarrar-nos a um sistema que, simplesmente, não funciona? Que prioriza o lucro ao sistema de saúde? Que valoriza o ego à essência?...

Ainda tenho esperança que tiremos, enquanto humanidade, lições de tudo o que se está a passar. Que as novas tecnologias estejam acessíveis a todos/as, e evoluam para desenvolvermos novas formas de trabalho, de rendimento – o que já começa a acontecer. Que se encontre uma forma de todas as pessoas terem acesso a um rendimento base, igual para todas, que lhes garanta acesso ao essencial para viver. Que se regresse um pouco às origens, no que diz respeito à agricultura e à produção local, priorizando o que é de cada região e impedindo a massificação. Que o comércio passe a ser verdadeiramente justo, e sustentável. Que se desenvolva rapidamente novos meios de transporte, independentes de combustíveis fósseis ou baterias cuja produção é altamente poluente. Que haja menos competição e mais cooperação. Um mundo com mais respeito por todas as pessoas, sejam elas como forem. Um planeta mais igualitário, onde deixe de haver discriminação das mulheres, e onde nem mais uma sofra e/ou morra vítima de violência doméstica. E poderia continuar com mais e mais ideias… No fundo, que haja, finalmente, um respeito pela Natureza, por Gaia, por todas as pessoas.

É uma utopia, dirão. Reparem como um vírus, que nem é um ser vivo, está a parar o mundo. De repente, as guerras entre povos deixaram de ser importantes. Nunca estivemos tão distantes e tão unidos/as, ao mesmo tempo. Vamos acabar por ultrapassar a pandemia. Mas estejamos cientes que crises como esta irão emergir, uma atrás da outra, se não aprendermos, se não mudarmos profundamente… Enquanto isso não acontecer, não vai ficar tudo bem, e não vamos ficar todos/as bem.

Que cada ser humano faça a sua parte, pensando num todo. Só juntos é que podemos transformar profundamente o mundo em que vivemos num lugar melhor. O único planeta habitável que conhecemos.

 

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